quinta-feira, 24 de maio de 2012

ONDE ESTÁ O AMOR?


Ontem quando retornava da locadora de DVDs próximo de casa, observei um homem que sempre fica sentado numa cadeira durante o dia todo. Certamente seu estado de saúde o obriga a ficar assim. Fiquei comovido.




Refleti sobre isso, durante o caminho de volta. Perguntava-me o motivo de um ser humano estar daquele jeito e, claro, milhares espalhados pelo nosso Brasil e pelo mundo afora.

Nossa sensibilidade fica mais expressiva em momentos como esse. Quem não fica comovido quando vê cenas de sofrimento, seja num hospital, escola, em casa mesmo?! Ainda bem que essa sensibilidade existe dentro de nós...

Mas, ainda assim me questionei: se consigo refletir mais sobre o valor do ser humano em situações como essa, vendo um homem doente, debilitado fisicamente, dependente de outras pessoas para tudo, porque não consigo encontrar valor nas pessoas aparentemente “normais” que estão ao meu redor?

Interessante não é mesmo? Posso me emocionar olhando mais o valor da vida através da doença, mas não consigo enxergar o mesmo valor em sua plena saúde.

Melhor me expressando: sabe aquela pessoa que (achamos que) não nos damos bem? Sabe aquela mulher ou aquele homem que, nem mesmo conhecemos direito, mas dizemos que “não fui com a cara dele”? Ou então, quando perdemos tempo depreciando aquela ou aquele outro junto com pessoas numa roda de fofoca? (pense um pouco...).

Resumidamente, nossa sensibilidade apenas acontece quando nos deparamos com situações que nos obrigam a sermos realmente mais sensíveis com nosso próximo. Estar diante de um doente de câncer em estágio final, obviamente nos faz mais humanos, mas será que não podemos ser mais humanos respeitando aquele em perfeito estado de saúde? Será que não podemos ser mais amorosos com aquele que as vezes, sem desejar, nos é ranzinza ou rabugento?

Quantas vezes poderíamos ser mais misericordiosos e benevolentes defendendo aquele ou aquela pessoa que é alvo de fofoca dizendo: “quem sou eu para julgar meu próximo?” 

Acredite, agindo assim seremos mais humanos.

Não se trata em ser melhor que o outro, apenas para se aparecer, mas sim em ser mais humano usando um pouco de amor pelo ser humano. Mas que tipo de amor é esse? O respeito, a consideração, a atitude de defender o outro pela verdade, são características do amor sem receber nada em troca. 

Falta hoje para a sociedade uma pitada desse amor. Não apenas ficar se prendendo no amor de mentira pregado pelas mídias com seus ídolos, pelas novelas, filmes, mas um amor muito mais fraternal, muito mais despojado.

Tenho observado que se ama mais um cão, que o próprio ser humano... Perdoe-me, nem prosseguirei neste assunto...

Grava-se no próprio corpo seu ídolo de futebol, seu cantor favorito, mas não se dá atenção a um caído na rua...

Quando olho para alguém, procuro ver meu semelhante. O que não quero de mau para mim, não posso desejar para ele também, mas afinal, quantas vezes não mandamos para aquele “lugar” alguém só por causa de uma atitude impensada, ou por um simples esbarrão...

Puxa... Há tanto para amarmos... Existe tanto para vermos com mais sensibilidade no outro, naquele que nos passa despercebido no dia a dia.

Para finalizar, na sua família, tá sobrando amor? Tá transbordando sensibilidade, respeito?

Onde está o amor?

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